Caros visitantes, sejam novamente bem-vindos ao mundo do Sistema dos Neurónios em Espelho!
Como já referido anteriormente, encontramos-nos na recta final do nosso trabalho, contudo a nossa motivação e interesse por este cativante tema não permite que descuremos na busca de nova informação, e como tal, esta semana o tema a tratar centrar-se-á na relação existente entre o Sistema dos Neurónios em Espelho e os Comportamentos de Agressividade.
Raiva e ressentimento são das emoções mais “contagiosas”. Se estivermos perto de uma pessoa ressentida ou com raiva, estamos propensos a tornar-mo-nos pessoas agressivas. Por exemplo, se um condutor demonstrar raiva através de gestos, expressões faciais e linguagem, os condutores que o cercam tendem, inconscientemente, a imitar essas expressões de hostilidade.
O contágio emocional é
considerado uma das motivações primárias de um grupo. Recentes estudos acerca
do Sistema dos Neurónios em Espelho, ajudam a explicar a causa subjacente.
Como abordado em publicações anteriores, os
neurónios em espelho activam-se quando os indivíduos realizam
ou observam uma dada acção e de acordo com sua localização no cérebro, desempenham
um papel na acção, compreensão, intenção, imitação, linguagem oral e a sensação de
emoção.
O cérebro humano possui múltiplos
sistemas de neurónios em espelho que se especializam não só na realização de
tarefas mas também na compreensão das acções dos outros e o significado social do
seu comportamento e das suas emoções, incluindo a raiva.
Desta forma, estes neurónios
espelham o comportamento dos outros. Desde a infância que imitamos todo o tipo de
comportamento que observamos à medida que crescemos. Isto explica como
os hábitos dos nossos pais relativamente à comunicação e em particular à gestão
de sentimentos de agressividade, são transportados no tempo por nós. Portanto,
a gestão de sentimentos como a raiva, depende da forma como os nossos neurónios
em espelho do córtex pré-frontal foram “treinados” pelos nossos pais,
professores, pela religião em que estamos inseridos, cultura, etc.
Outro exemplo, se virmos um carteirista a fugir pela multidão a atitude
de alguém cujo seu crescimento não ocorreu num ambiente hostil, será ajudar a vítima
em vez se juntar ao bandido e copiar a sua acção, isto porque os neurónios em
espelho foram “treinados” a não praticar agressão. Por
outro lado, se o mesmo cenário for observado por um indivíduo que assiste a
cenas de violência doméstica cujo pai é alcoólico, terá certamente outra
atitude, e irá imitar o comportamento observado.
Outra evidência desta problemática é o bullying, que é o termo utilizado para descrever actos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo ou grupo de indivíduos causando dor e angústia, sendo executadas dentro de uma relação desigual de poder. Constata-se que a maioria dos agressores copiam a forma como foram tratados em criança. Estes indivíduos têm sentimentos de insegurança e são ansiosos demonstrando sentimentos de raiva por causa da sua incapacidade de falar sobre como se sentem e como foram maltratados pelos seus pais.
Concluindo, ao longo do nosso crescimento estamos envolvidos num conjunto de factores de extrema importância, entre eles: a condição sócio-económica, cultura, religião e etnia, que nos ajudam a moldar a nossa personalidade.
Personalidade define-se como o conjunto de características que determinam os padrões de pensar e agir, ou seja, a individualidade pessoal e social de alguém. Os Neurónios em Espelho ao longo deste crescimento "absorvem" todas as experiências e aprendizagens vividas repercutindo-se nos comportamentos, que consoante o sistema de aprendizagem, serão violentos/agressivos ou não.
Esperamos que a informação tenha sido do vosso agrado e tenhamos contribuído, um pouco mais, para alargar o vosso conhecimento relativamente ao Sistema dos Neurónios em Espelho.
"Educai as crianças, para que não seja necessário punir os adultos."
Cumprimentos NeuroEspelhóticos,
As meninas do Sistema dos Neurónios em Espelho